segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Pretend

É estranho acordar, olhar para o telemóvel e encontrar a ausência de uma mensagem tua. É estranho dormir sem ti ao meu lado, ver-te perdida nos teus sonhos profundos e sentir a tua mão suada, colada à minha, desde a última vez em que os teus olhos se fecharam e sussurraste para mim palavras que nunca antes tinha sentido. Ainda sinto o perfume que morava na tua pele a aumentar a minha frequência cardíaca quando menos espero. Podia fingir que não mora em mim uma frieza de uma magnitude imensa que me bloqueia todo o tipo de sentimentos que poderia sentir. Fingir que consigo percorrer este caminho cujo os atalhos não são eliminados pelo controlo que não tens sobre mim. Podia fingir que não procuro a tua presença nos sítios em que esquecemos o mundo e nos fundimos sem-nos preocupar-mos com o erro que cometíamos, mais uma vez. Tu podias fingir que eu não existo e podias fingir que as marcas que deixei tatuadas na tua alma já não existem. Podias fingir que estavas bem e que dentro de ti já não há nenhum espaço à espera que eu o preencha. Podias fingir que não existo... Podias. (Ah, tu és perita nisso) 

domingo, 19 de setembro de 2010